Logo após o parto, com a saída principalmente do bebe, placenta e liquido amniótico, ocorre uma diminuição significativa do conteúdo do abdome. A pele e a musculatura da região ficam flácidas e muitas mulheres relatam a sensação de vazio abdominal. Apesar disso, o útero ainda está grande em relação ao período anterior a gestação, regredindo completamente em torno de seis semanas após o parto, o que contribui para o aspecto de distensão da parte baixa do abdome. Esta distensão pode ser maior no pos parto cesariana devido a localização do corte e à tendência de maior acumulo de gases.
Além disso, todos os músculos do abdome sofrem alongamento excessivo durante a gestação. O reto abdominal, que é o músculo mais superficial, ainda separa, o que é conhecido como diástase abdominal. Essas alterações são esperadas, desde que a separação não ultrapasse 3 cm. O tempo de retorno da musculatura ao normal e variável. As mulheres que têm um único filho, ganharam menos peso na gestação, praticaram atividade física e que estão amamentando tendem a ter uma recuperação mais rápida e satisfatória. É claro que o aspecto do abdome no pós parto depende também de como ele estava antes da gestação e de fatores genéticos.
O que pode ser feito para acelerar a recuperação?
- Amamentar
Durante a amamentação, a liberação do hormônio ocitocina estimula as contrações uterinas, favorecendo o retorno do útero ao tamanho normal. Além disso, amamentar aumenta o gasto energético e o consumo da gordura que foi armazenada no corpo durante a gestação.
- Cuidar da dieta
A ingestão de pelo menos 2 litros de água por dia auxilia na amamentação e, associada a uma dieta balanceada e preferencialmente prescrita pelo nutricionista, favorece o funcionamento intestinal e a perda de peso.
- Realizar exercícios de fortalecimento dos músculos abdominais
Não adianta desesperar e sair realizando qualquer exercício abdominal. Exercícios que aumentam excessivamente a pressão intra abdominal podem aumentar a diástase e ainda forçar o períneo para baixo, favorecendo problemas como a queda de bexiga. Por isso, antes de iniciar qualquer exercício, é preciso ter liberação do obstetra e é recomendável fazer uma avaliação do abdome e músculos do períneo com fisioterapeuta especialista.
- O polemico uso da cinta abdominal
O objetivo principal da cinta é oferecer conforto e segurança, diminuindo a sensação de vazio abdominal comum nos primeiros dias após o parto. Alem disso, tem fins estéticos, pois melhora o aspecto externo da silhueta. No entanto, quem pensa que a cinta promove o retorno da musculatura abdominal ao normal, diminuindo a indesejável barriguinha, está enganado. A cinta age como uma substituta da musculatura. Se a mulher deixar por conta da cinta conter as vísceras, seus músculos vão enfraquecendo progressivamente, pois deixam de ser solicitados. Por isso, não se deve usá-la por muito tempo e ainda assim é preciso manter a musculatura contraída durante o uso. Outro cuidado refere-se ao tipo da cinta. Os modelos que não oferecem sustentação da parte baixa da pelve, na região do períneo, não devem ser usados no pós parto, pois o aumento da pressão abdominal causado pela compressão da cinta pode pressionar o períneo para baixo.
- Cuidar da postura
A postura desleixada piora o aspecto do abdome. Por isso, idealmente a mulher deve manter a contração constante dos músculos do abdome e iniciar o fortalecimento orientado por profissionais capacitados tão logo seja liberada pelo medico.
Sabrina Baracho CREFITO 81614 F - Coordenadora do Setor de Fisioterapia do Instituto Nascer
Leia mais sobre esse assunto:
http://www.institutonascer.com.br/servicos-oferecidos/fisioterapia-na-gestacao