"Um bebê saudável não é o bastante. Por que tantas mulheres aceitam indicações esdrúxulas de cesárea, agendam cirurgias desnecessárias, abandonam o sonho de parir e passam a contribuir para a vergonhosa estatística de nascimentos cirúrgicos do nosso país?
Sei que as respostas são tão variáveis quanto as pessoas que se depararam com essa escolha. Cada mulher tem a sua história, seus medos e suas motivações. Mas, como antropóloga, acredito que a cultura pró-cesárea pesa muito forte nessa hora. Afinal, se todas estão fazendo, não pode ser tão ruim (algumas até dizem que “parto normal é anormal, normal é a cesárea”). Optar pela cesárea, no nosso Brasil atual, representa um alívio. Significa não precisar mais nadar contra a maré, peitar Deus e o mundo, ser chamada de louca ou taxada de masoquista (“pra quê sofrer??”). Nessa nossa cultura de valores invertidos (onde o que importa é o produto e as aparências, não as pessoas e seus desejos) e machistas (em que a vagina ou é “assassina” ou é “o parquinho do marido”), submeter-se à cesárea é “pensar no bebê” e “insistir” no parto normal é egoísta. Pois eu não concordo. Não mesmo. Primeiro porque, apesar das crendices e dos mitos de cordões assassinos e vaginas deformadoras de crânio, a ciência diz categoricamente que a via vaginal é a melhor via de nascimento para um bebê salvo em raríssimos casos. E segundo porque eu não acredito que o parto se resume ao nascimento de um bebê – ou melhor, à extração desse produto bebê do corpo (traiçoeiro, descontrolável, perigoso) de sua mãe. O parto é da mulher, do bebê e da família e merece ser vivido de forma plena, crua e totalmente personalizada (e não por isso menos segura e prazerosa), por essa família. Quando o parto se torna “um mal necessário” para conseguir “um bebê saudável” – como ocorre na nossa cultura – todos saem perdendo. Eis que essa semana li um texto publicado no site da organização Improving Birth, cuja missão é promover o cuidado baseado em evidências e a humanização do parto e nascimento, que caiu como uma luva, e quero agora compartilhá-lo com vocês. Escrito pela Cristen Pascucci, vice-presidente da organização Improving Birth e especialista em política e comunicação, o original pode ser encontrado no seguinte link* e a tradução segue abaixo. Espero que gostem do texto tanto quanto eu*." Um bebê saudável não é tudo o que importa por Cristen Pascucci "Ouvimos toda hora que “um bebê saudável é tudo o que importa”. Isso simplesmente não é verdade – especialmente quando, com mais frequência do que deveria, o que queremos dizer é que, tanto para mães quanto para seus bebês, basta “sobreviver ao parto”. Isso não chega nem perto de ser bom o bastante. A verdade é que hoje, aqui e agora, o padrão não só pode como deve ser mais alto: um bebê saudável, uma mãe saudável e uma experiência positiva e respeitosa para todos, centrada na família. Por que isso é tão importante? Porque o que nós esquecemos quando o foco é meramente em “sobreviver” ao parto é que, para mães, dar à luz não representa só um dia entre muitos dias de suas vidas. Para a grande maioria de nós, o parto não se resume à extração de um feto de nossos úteros da maneira mais eficiente possível. O parto é uma experiência marcante, que fica gravada na memória para sempre. Pergunte à maioria das mães como foi o seu parto e você vai ver e ouvir a emoção vir à tona enquanto compartilham suas histórias – histórias estas que, boas ou ruins, nós revivemos intensamente e com frequência, queiramos ou não. E não esqueçamos que nossas experiências podem ter consequências importantes, duradouras e permanentes para a nossa saúde. O parto afeta o puerpério (quem nunca ouviu falar nos baby blues, aquela melancolia pós-parto?), os relacionamentos com nossos bebês e nossas famílias, e nossas atitudes perante nós mesmas e os partos que teremos no futuro. Para os bebês, trata-se de sua primeira impressão do mundo e daqueles que serão seus principais cuidadores. Estamos comunicando aos nossos bebês desde o primeiro dia o que é o mundo, se é ameaçador ou seguro, e como nos relacionamos com esse mundo. Essa relação não poderia ser muito melhor se adentrássemos a maternidade fortalecidas pelo parto, confiantes e apoiadas? É claro que no mundo real o parto não segue o padrão de um livro texto; complicações, mudanças de planos e desfechos indesejados acontecem. Mas mesmo nesses casos, uma mulher ainda pode ser respeitada e apoiada. Talvez não sejamos capazes de controlar a natureza, mas podemos sim controlar como tratamos as mulheres durante o trabalho de parto e nascimento. Até quando acontece o pior (especialmente quando acontece o pior!), não há nenhuma desculpa para um tratamento que não demonstre o máximo de respeito, deferência e compaixão pela parturiente enquanto ela faz suas escolhas. Porque o que é mais curioso sobre a frase de “bebê saudável” é que, com tanta frequência, ela é empregada para justificar uma experiência decepcionante, difícil ou traumática. É dita por nossos médicos, nossos amigos e nossos parentes enquanto ainda não nos recuperamos do choque do que acabou de acontecer: enquanto tentamos entender uma experiência que fugiu, inesperadamente, ao nosso controle. E sim, também dizemos a frase para nós mesmas. Então qual é a peça chave para um novo padrão? Somos nós! São as mulheres cujo dinheiro alimenta a indústria que nos provê desses serviços e cuidados. Embora muitas não tenham se tocado disso, somos nós que estamos com a faca e o queijo na mão. Imagine o que aconteceria se nós, milhões de mães e pais e seus amigos, de fato tomássemos para nós esse poder e fizéssemos uso dele. Podemos começar pela educação, nos informando sobre o que seria um cuidado digno – respeitoso, baseado em evidências – e daí passando a buscar esse cuidado com consciência crítica quando conversamos com potenciais médicos. Podemos ficar atentos aos sinais de alerta – coisas como ouvir do médico que “não será permitido” ou que você “não pode” fazer tal coisa – e parar de ignorar nossos instintos! Na minha opinião, escutar uma frase como “um bebê saudável é a única coisa que importa” se encaixa nessa categoria. Essa frase me diz, “o que quer que aconteça na sala de parto/centro cirúrgico, você não terá o direito de reclamar. Se nós lhe entregarmos um bebê vivo, fizemos o nosso trabalho.” Por fim, e talvez o que é mais importante, podemos exercer o nosso poder abandonando aqueles médicos que não nos oferecem bebês saudáveis, mães saudáveis e uma experiência positiva, respeitosa e centrada na família. Para mães e bebês, sobreviver ao parto não é o bastante. É só o ponto de partida." * Do blog "A mãe que quero ser". Meu nome é Clarissa, sou antropóloga de formação, editora de livros de profissão, feminista de coração e ativista da maternidade consciente por vocação. Tenho 33 anos e esse é o meu primeiro blog. Aqui, quero levantar questões relevantes ao universo da gestação e criação de filhos baseadas nas minhas leituras, reflexões e crenças. Pretendo falar muito sobre livros e teorias que conheci como editora e leitora voraz, incluindo, entre outras, assuntos das áreas de antropologia, psicologia, sociologia e medicina baseada em evidências (infelizmente pouco praticada num mundo onde prevalecem questões econômicas e ideológicas). Mas também quero trazer assuntos atuais e pertinentes, de tudo um pouco. A ideia é informar, instigar e inspirar. E quero que seja uma via de mão dupla! Vou logo dizendo que tenho opiniões e convicções fortes. No entanto, a mais forte de todas é a liberdade: acho que toda mulher deveria se sentir livre e segura para tomar as suas próprias decisões, sempre que possível baseadas em uma clara e real noção das consequências e motivações das mesmas. Ou seja, acho que pensar é preciso. Espero que esse blog seja um espaço para pensarmos juntas questões relacionadas ao maravilhoso mundo que pretendo conhecer em breve: a maternidade. Acesse o blog... http://amaequequeroser.wordpress.com/2013/02/10/um-bebe-saudavel-nao-e-o-bastante/ Você está grávida? Tanto faz, um parto normal ou uma cesárea? Ou prefere mesmo uma cesárea? Tudo bem. Desde que você faça uma escolha consciente.
Vale muito a pena ler. Por Maíra Libertad (Enfermeira Obstetra, parteira domiciliar e pesquisadora). Tradução livre e adaptada de trechos do documento “Vaginal or Cesarean Birth: What Is at Stake for Women and Babies?” (Parto vaginal ou cesárea: o que está em jogo para mulheres e bebês?) da organização Childbirth Connection, de 2012. Referência completa: Childbirth Connection (2012). Vaginal or Cesarean Birth: What Is at Stake for Women and Babies? New York: Childbirth Connection. Full report available online at:http://transform.childbirthconnection.org/reports/cesarean. Companion materials for women available at:http://www.childbirthconnection.org/cesarean. Sumário dos Resultados Nossa avaliação abrangente revela o seguinte: De 14 resultados adversos maternos relacionados à gestação atual, evidências suficientes demonstram que 8 deles favorecem o parto vaginal [incluindo as mulheres que planejaram parto vaginal inicialmente e tiveram cesárea] e evidências limitadas sugerem que os 6 restantes também favorecem o parto vaginal. De 4 desfechos adversos neonatais (relacionados ao bebê), evidências suficientes demonstram que 1 favorece o parto vaginal, evidências limitadas sugerem que 2 favorecem o parto vaginal e as evidências são conflitantes (inconclusivas) sobre 1 desfecho restante. De 4 doenças da infância analisadas, evidências suficientes demonstra que 3 favorecem o parto vaginal e as evidências são conflitantes e limitadas para o desfecho restante. Dos 3 resultados relacionados a aspectos psicossociais examinados, as evidências são conflitantes, mas sugerem uma possível associação com a cesárea em todos os 3. Em relação às gestações subsequentes, dos 9 resultados adversos maternos avaliados, evidências suficientes demonstram que 6 favorecem o parto vaginal no nascimento anterior e evidências limitadas sugerem que os 3 restantes também favorecem o parto vaginal anterior. Dos 6 resultados adversos perinatais em gestações subsequentes, evidências limitadas sugerem que 2 favorecem o parto vaginal e os dados são conflitantes para os outros 4. Dos 5 desfechos relacionados à disfunção do assoalho pélvico, nenhum favorece o parto vaginal, a via de parto parece não influenciam em outros 2 e 3 favorecem a cesárea, porém, desses 3, 2 favorecem a cesárea apenas no curto prazo ou apenas no que diz respeito a sintomas leves ou moderados. Dos 4 desfechos relacionados a lesões no bebê relacionadas ao nascimento, a via de parto parece não fazer diferença para 3 deles, nenhum favorece o parto vaginal e evidências limitadas sugerem que 1 favorece a cesárea. Nota: Nas situações em que as diferenças entre as vias de parto puderam ser quantificadas, nós reportamos o tamanho dessas diferenças (diferença de risco absoluto) em uma escala de “MUITO PEQUENO” até “MUITO GRANDE” de acordo com as magnitudes padronizadas em um denominador de 10.000 [número de eventos em 10.000 nascimentos] (ver Tabela 1). A escala padronizada permite que os leitores façam comparações de forma rápida e fácil e 10.000 foi escolhido como denominador comum para capturar a ampla variação nas taxas de diversos resultados avaliados. Em alguns casos, os estudos reportaram apenas razões de risco ou de chance, o que significa que a diferença não pode ser quantificada [nestes casos, está informado no texto que, apesar de haver uma diferença positiva ou negativa em favor de uma das opções, ela não pode ser quantificada com os dados dos estudos disponíveis]. A menos que mencionado de forma diferente, todas as diferenças foram estatisticamente significativas, isto é, é improvável que se devam apenas ao acaso. Que efeitos físicos podem ocorrer mais frequentemente em mulheres submetidas à cesárea? (quando se compara ao parto vaginal) Morte materna: Mais mulheres parecem morrer como resultado da cesárea, mas o número excedente não pode ser calculado a partir dos estudos examinados. Parada cardíaca: Evidências limitadas sugerem que um número excedente MODERADO de mulheres saudáveis pode passar por uma parada cardíaca associada à cesárea, comparadas com mulheres similares que planejaram um parto vaginal. Histerectomia de emergência: Um número adicional PEQUENO a MODERADO de mulheres que são submetidas à cesárea passam por histerectomias de emergência, quando comparadas a mulheres que têm um parto vaginal. Eventos tromboembólicos (coágulos no sangue): Um número adicional PEQUENO a MODERADO de mulheres saudáveis desenvolvem coágulos em decorrência da cesárea. Complicações anestésicas: Evidências limitadas sugerem que um número adicional MODERADO de mulheres saudáveis que têm cesáreas pode passar por complicações com a anestesia, quando comparadas com mulheres similares que têm partos vaginais espontâneos. Infecções maiores: Evidências limitadas sugerem que um número adicional MODERADO a GRANDE de mulheres saudáveis que têm cesárea planejada passam por infecções pós-parto maiores, quando comparadas a mulheres que têm ou planejam um parto vaginal. Complicações raras e com risco de morte: Evidências limitadas sugerem que mais mulheres apresentam embolia por líquido amniótico ou pseudoaneurisma de artéria uterina depois de uma cesárea do que após um parto vaginal, mas esse número excedente não pode ser calculado dos estudos analisados. Infecção da ferida (da cesárea ou perineal): Um número excedente GRANDE de mulheres saudáveis submetidas à cesárea tem infecções da ferida comparadas com aquelas que planejam um parto vaginal. Hematoma (da cesárea ou perineal): Evidências limitadas sugerem que um número excedente GRANDE de mulheres saudáveis tem hematomas da ferida após cesárea, quando comparadas a mulheres que planejam um parto vaginal. Deiscência da ferida (da cesárea ou perineal): Evidências limitadas sugerem que um número adicional PEQUENO de mulheres saudáveis submetidas à cesárea tem deiscência da ferida, quando comparadas a mulheres planejando um parto vaginal. Permanência no hospital: Cesárea planejada aumenta a duração da internação entre 0,6 e 2 dias, quando comparada ao parto vaginal planejado. Readmissão no hospital após a alta: Um número adicional MODERADO a GRANDE de mulheres saudáveis que tiveram cesárea requerem reinternação após a alta. Problemas com a recuperação física: Com a exceção da presença de hemorroidas, que são mais comuns após o parto vaginal, um número adicional GRANDE a MUITO GRANDE de mulheres que passam por uma cesárea apresentam problemas de recuperação física, incluindo: saúde geral, dores no corpo, cansaço extremo, problemas de sono, problemas intestinais, habilidade para realizar suas atividades diárias e atividades pesadas, quando comparadas a mulheres que têm partos vaginais espontâneos. Dor pélvica crônica: Mais mulheres apresentam dor pélvica crônica depois de uma cesárea do que após um parto vaginal, mas o número excedente não pode ser calculado a partir dos estudos analisados. Quais efeitos físicos relacionados aos bebês podem ocorrer mais frequentemente após uma cesárea? (quando se compara ao parto vaginal) Mortalidade neonatal: Evidências limitadas sugerem que os bebês de mulheres que têm uma primeira cesárea eletiva podem estar sob maior risco de morte neonatal comparados a mulheres de baixo risco planejando um parto vaginal, mas o número excedente de mortes não pode ser calculado a partir dos estudos incluídos. Síndrome do desconforto respiratório: Quando o nascimento ocorre antes das 39 semanas, mais bebês nascidos por cesárea apresentam síndrome da angústia respiratória do recém-nascido, mas o número excedente não pode ser calculado a partir dos estudos analisados. Hipertensão pulmonar: Evidências limitadas sugerem que um número adicional MODERADO de bebês nascidos por cesárea eletiva podem desenvolver hipertensão pulmonar. Ausência de amamentação: Evidências conflitantes sugerem que bebês nascidos por cesárea podem estar sob risco adicional de não serem amamentados. Qual papel a cesárea pode desempenhar no desenvolvimento de doenças crônicas da infância(quando se compara ao parto vaginal) Asma: Cesárea aumenta a probabilidade de desenvolver asma na infância, mas o número excedente de casos não pode ser calculado a partir dos estudos analisados. Diabetes Tipo 1: Cesárea aumenta a probabilidade de desenvolver diabetes Tipo 1 na infância, mas o número excedente de casos não pode ser calculado a partir dos estudos analisados. Rinite alérgica: Cesárea aumenta a probabilidade de desenvolver rinite alérgica na infância, mas o número excedente de casos não pode ser calculado a partir dos estudos analisados. Alergia alimentar sintomática: Evidências limitadas e conflitantes sugerem que a cesárea aumenta a probabilidade de desenvolver alergia alimentar na infância, mas o número excedente de casos não pode ser calculado a partir dos estudos analisados. Obesidade: Evidências limitadas sugerem que um número adicional GRANDE de crianças nascidas por cesárea podem estar obesas aos 3 anos de idade (quando comparadas às nascidas de parto normal). Quais são os potenciais efeitos das cesáreas nas futuras gestações e partos das mulheres? Fertilidade prejudicada: Mais mulheres apresentam problemas de fertilidade depois de uma cesárea do que após um parto vaginal, mas o número excedente não pode ser calculado dos estudos analisados. Infertilidade voluntária: Um número excedente GRANDE a MUITO GRANDE de mulheres escolhe não engravidar novamente após uma cesárea. Placenta prévia: Um número excedente PEQUENO de mulheres com uma primeira gestação terminada em cesárea desenvolve placenta prévia na gestação seguinte, mas o número excedente não pode ser calculado a partir dos estudos examinados. Um número excedente GRANDE de mulheres desenvolve placenta prévia após duas ou mais cesáreas. Placenta acreta: Um número excedente PEQUENO de mulheres com um primeiro nascimento via cesárea desenvolve placenta acreta na gestação seguinte. Um número excedente GRANDE de mulheres desenvolve placenta acreta após múltiplas cesáreas. Descolamento de placenta: Um número adicional MODERADO de mulheres com primeira gestação terminada em cesárea tem descolamento de placenta em gestações subsequentes. Histerectomia: Um número adicional MODERADO de mulheres com primeira gestação terminada em cesárea requer uma histerectomia de emergência durante nascimentos subsequentes, quando comparadas a mulheres com partos vaginais prévios. Evidências limitadas sugerem que esse excedente aumenta em gestações subsequentes. Ruptura uterina: Um número excedente MODERADO de mulheres com cesárea prévia passará por uma ruptura uterina, quando comparadas a partos vaginais anteriores. Admissão em UTI: Evidências limitadas sugerem que um número adicional GRANDE de mulheres com cesáreas prévias são admitidas em UTI no nascimento seguinte, quando comparadas com mulheres com partos vaginais anteriores. Readmissão no hospital após a alta: Evidências limitadas sugerem que um número adicional MODERADO de mulheres com cesáreas prévias são readmitidas no hospital após a alta no nascimento seguinte, quando comparadas com mulheres com partos vaginais anteriores. Quais são os potenciais efeitos de um útero com uma cicatriz nos futuros bebês? Óbito fetal: Dados são conflitantes, mas sugerem que um número excedente PEQUENO a MODERADO de bebês crescendo em um útero com uma cicatriz terão óbito fetal. Óbito perinatal ou neonatal: Dados são conflitantes, mas sugerem que mais bebês crescendo em um útero com uma cesárea podem morrer no final da gestação ou uma semana após o nascimento, mas o número excedente, se houver, não pode ser calculado a partir dos estudos examinados. Nascimento prematuro ou baixo peso ao nascer: Dados são conflitantes sobre se uma cesárea prévia resulta em risco aumentado de nascimento prematuro e concomitante baixo peso ao nascer. Pequeno para a idade gestacional (PIG): Dados são conflitantes sobre se uma cesárea prévia resulta em risco aumentado de bebê PIG em uma próxima gestação, quando comparado ao de mulheres com partos vaginais anteriores. Necessidade de ventilação no nascimento: Evidências limitadas sugerem que um número adicional GRANDE de bebês cujas mães têm cesáreas prévias pode requerer ventilação (ajuda para respirar) no nascimento quando comparados a bebês cujas mães tiveram partos vaginais anteriores. Estadia hospitalar maior do que 7 dias: Evidências limitadas sugerem que um número adicional GRANDE de bebês cujas mães têm cesáreas prévias tem uma internação de mais de 7 dias, comparados a bebês cujas mães tem partos vaginais anteriores. Retirado de: http://vilamamifera.com/mulheresempoderadas/diga-tudo-mas-nao-diga-que-a-cesarea-e-tao-segura-quanto-um-parto-normal/ Ser mãe hoje em dia não é nada fácil, tudo culpa da internet. Tudo culpa da internet! Culpa da internet? Explico: desde que a informação se tornou acessível a qualquer mortal q esteja conectado a rede; desde que artigos científicos estão ao alcance dos dedos, dos olhos e perto do coração; desde que as mulheres usam aventais com orgulho, salto alto com estilo e o cérebro com muita eficácia diante do PC, q nós arrumamos sarna, muito mais sarna pra se coçar. É isso mesmo, até alguns anos atrás a mãezinha ia lá parir seu filho e o pediatra de plantão dizia: “Fofinha, vamos levar o bb para examiná-lo e daqui a algumas eras a gente te entrega ele limpinho e com cheiro de lavanda Jonhson no quarto, ok?” Minto, os médicos não costumavam e nem costumam nos dar satisfação. Então a mãezinha acabava de parir, ouvia o choro do bb e “era uma vez um bb…”, pois rapidamente a criança tem q ser aspirada, medida, pesada, lavada, observada e têm que pingar o maldito colírio de nitrato de prata. Procedimentos urgentes, afinal a criança pode crescer, engordar, sufocar, cheirar mal e ficar cega em questão de minutos, não é mesmo?
Mas hj vamos falar apenas do colírio de nitrato de prata. O colírio de nitrato de prata é pingado nos olhos dos recém-nascidos na primeira hora de vida para evitar dois tipos graves de conjutivite, a conjutivite causada pela bactéria Neisseria gonorrheae e a conjutivite causada pela bactéria Chlamydia trachomatis. Tais bactérias podem infectar um bebê que tenha nascido de parto normal SE a mãe tiver gonorreia ou clamídia. Se a mãe não for portadora das bactérias mencionadas ou se a criança nascer de cesareana, logicamente não se põe o tal colírio nos olhinhos dos bebês, certo? ERRADO! Por incrível que pareça a administração do nitrato de prata em recém-nascidos faz parte do rol de procedimentos chamados “de rotina” na maioria dos hospitais brasileiros. Ou seja: nasceu-pingou! “Mas eu não tenho gonorreia…” PINGOU. “Mas ele nasceu de cesárea…” PINGOU. “Mas ele nasceu com uma deformidade, não tem os olhinhos…” PINGOU! Segundo NETTO e GOEDERT “a Chlamydia trachomatis tem sido o agente infeccioso mais freqüente do que a Neisseria gonorrhoeae em muitas partes do mundo, o que torna a profilaxia de Credé [pingar o nitrato de prata] uma questão controversa devido à ineficácia do nitrato de prata contra a Chlamydia trachomatis.”. (FONTE: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-72802009000500003&script=sci_arttext) Em suma, há controvérsias a respeito da eficácia do colírio quando a mãe está infectada por clamídia. Talvez vc esteja se perguntando aí como saber se vc é portadoras dessas bactérias. É muito simples, basta solicitar ao seu GO q lhe faça um exame chamado SWAB. Nesse exame o médico coleta material da vagina e ânus da mulher com um super cotonete e manda para o laboratório. SE der positivo e SE vc tiver um parto normal, o seu bebê terá que amargar as gotinhas malditas. SE der negativo, vc TEM Q DEFENDER SUA CRIA! SE vc for submetida a uma cesareana, vc TEM QUE DEFENDER SUA CRIA! Certamente vc está pensando que mal tem num coliriozinho de nada… “Não deve ser grave se afinal é um procedimento de praxe”. Ou então vc é do tipo romântica e pensa “Os médicos estudaram e sabem o que é melhor para os nossos bebês…” É bom saber então que o nitrato de prata pode causar conjutivite química, ou seja, é um colírio para evitar conjuntivite que pode provocar conjuntivite! Além disso, em concentrações maiores, costuma ser usado para queimar verrugas. Vc imagina que delícia q deve ser duas gotinhas inocentes nos olhinhos do seu bb? Agora que vc já sabe para que serve o colírio de nitrato de prata, peça a seu GO que lhe faça um SWAB e se der negativo procure se informar imediatamente sobre como burlar esse procedimento. A escolha de um bom pediatra para lhe acompanhar na sala de parto pode resolver a questão muito simplesmente. Quando o Joãozinho nasceu eu já havia conversado com a pediatra anteriormente e ela me garantiu q não pingariam colírio nele. Dicas: - Um acompanhante bem informado é muito útil, recém-parida mulher não está em condições de lutar por seus ideais, principalmente se tiver acabado de sair de uma cesareana. - Se vc vai parir num hospital público ou se maternidade não permite a escolha de um pediatra para o momento do parto, o pai pode escrever um termo de responsabilidade para que não pinguem o colírio, se for o caso. - Procure informação, antes do parto, sobre quais os procedimentos “de rotina” o hospital escolhido adota e compare com outros. De que adianta um quartinho decorado com amor e carinho para um bebê que tem os olhos remelentos que não se podem abrir? O colírio de nitrato de prata deve ser administrado em partos normais se a mãe tiver gonorreia ou clamídia. Faça um exame e faça o melhor para o seu filho! Em tempo: “ A infecção ocular é usualmente adquirida durante a passagem do feto através do canal de parto, sendo incomum afetar recém-nascidos por via cesariana.5” (Fonte:http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-72802009000500003&script=sci_arttext) *Fonte: Bem Criar Retirado de: http://bibliografiadadoula.wordpress.com/2013/01/07/colirio-de-nitrato-de-prata-no-olho-do-bebe-dos-outros-e-refresco/ Por Ninna Pinheiro
"Antes de pensarmos que a cesárea é indolor (e não é – é só deixar passar o efeito da anestesia!), que tal avaliarmos quanto esse processo é doloroso para o bebê? 1. O bebê retirado antes do trabalho de parto ainda não tem seu pulmão amadurecido. Ainda está molhado e sem produção de surfactante (que só acontece no TP). Respirar dói. 2. O bebê retirado antes do tempo, com pulmão molhado precisa de aspiração. Alguém parou para pensar que enfiar uma cânula do nariz à base pulmonar incomoda, dói pra caramba? Pois é. Dói pacas (pergunta para qualquer paciente de CTI que esteve entubado)! 3. Agora imagina a mesma coisa acontecendo no ânus! Pois é... mais uma cânula sendo enfiada... 4. Sair de ambiente quentinho a 37 graus e cair no ar condicionado, ser colocado de ponta a cabeça e ainda tomar um tapa na bunda (manobra de Tobler - proscrita a vinte e cinco anos da prática médica mundial). 5. Ainda na questão de ponta a cabeça... bebê esteve 40 semanas em média todo enroladinho no útero e de repente se vê esticadão e de ponta a cabeça.... Alguém topa ficar agachado por quase uma hora e levantar de uma tacada só? As costas doem né? Nada como a analogia. 6. O cordão... hmmmm seu pulmão está imaturo, molhado, sem surfactante (líquido pulmonar que carregamos até a hora de morrer, que tem como função fazer o transporte do oxigênio do ar atmosférico para o sangue) e do nada corta-se o cordão obrigando aquele pulmão a funcionar sem preparo.... 7. Quase um terço do volume sanguíneo que o bebê precisa para preenchimento do fígado e do baço para evitar anemia pós parto está no cordão ainda pulsante... São em cerca 45ml de sangue... Para a gente isso não é nada... mas para um recém nascido, é coisa pra caramba... Toma banho de sol, kanakion intramuscular para tentar corrigir algo que não precisaria ser corrigido. 8. Nitrato de prata - alguém experimentou soda cáustica no olho? Não dá nem pra imaginar né? Pois bem... a indicação seria apenas para bebês de partos vaginais que a mãe tivesse gonorreia e clamídia ativa. Mas é protocolo geral. Perguntem aos fofos G.O.! Arde como só, é cáustico. E lá vai o bebe receber isso também! 9. O choro. Não sei da onde as pessoas passam a achar que grito de choro de um recém- nascido é algo normal. Quanto maior o berro, melhor. "Nossa que pulmão hein?" - choro descontrolado só diz uma coisa: algo não está nos conformes. Não é bonito. Desconforto nunca é bonito! Bebês nascidos com dignidade até choram, mas é um choro muito, mas muito diferente... mais para um gemido... Não é um choro gritado. 10. No útero estava tudo escuro. Já ficou no escuro por muito tempo? Os olhos doeram ou arderam quando tudo ficou claro de repente? O mesmo acontece com o bebê que aliás, nunca viu a luz. Alguém parou para pensar quão forte é a luz do foco cirúrgico? Agora imagina se o coitado ainda for para o banho de luz no berçário? Não quero nem pensar. 11. Como todos os animais mamíferos, no momento que nascemos procuramos o seio materno para mamar. É instintivo. Mas na cesárea não existe isso. Vai-se para a mesa de avaliação neonatal. Para todos os procedimentos acima descritos. 12. Vérnix caseoso: Bebês nascem com uma camada esbranquiçada que protege a pele do bebê. Não é para ser retirado. Ele será absorvido pela pele, tornando-a mais resistente ao contato atmosférico. Mas na mesa de avaliação neonatal, o bebê é esfregado vigorosamente para a retirada do vérnix. Advinha porquê?????????????? Bebês rosados e embalados são cosmeticamente mais bonitos. CREDO! 13. Bebês de cesáreas corre o risco sério de serem alimentados no berçário com complemento artificial e com água com glicose. Tá lá na prescrição de rotina do pediatra! E como a mamãe não foi ocitocinada pelo trabalho de parto, a apojadura (descida do leite materno) raramente é imediata pós-nascimento. Mamãe sem leite, bebê com glicose. A cesárea para algumas mulheres pode não ser dolorosa no pós-parto. Mas para TODOS os bebês é." |
Quem escreve?
Silvana: Doula, Pedagoga e mãe em potencial. Do que falamos aqui?
All
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